Thirteen
À pessoa que habita o treze, Se há coisa que eu sei é que esse quarto nunca te pertencerá. Sei-o porque foi o único sítio ao qual uma vez chamei de casa e acho que o continua a ser. O treze não é só um quarto. Foi aí que vivi uma vida. O colchão onde dormes não é só uma cama; partilhei-o com os meus amigos e os homens que me viriam a quebrar o coração. Nele fiz amor, mas também fiz amizade. Já manchei essa almofada de lágrimas e de risos. Ambos fizeram me crescer. As noites passadas a perder-me em corpos suados e as madrugadas passadas a viver momentos de felicidade estarão para sempre vivos na minha memória. Sabes a marca de derretido na secretária? Foi a Maita que pousou uma panela a escaldar porque fomos confinados a comer no quarto pois ninguém da residência gostava de nós. O chão que calcas, e nem sabes que é de um cinzento frio, já foi cama de muitos. O lavatório passava a vida manchado de pasta dos dentes ou grego de uma quinta feira louca. Nunca saberás as vezes que me esc